SUETÔNIO SOBRE CALÍGULA:
A CALVO AD CALVUM
(Rodrigo Peñaloza, 12-IV-2016)
O povo romano respirou aliviado quando morreu o Imperador Tibério, mas não imaginava o povo que àquele que tanto pavor instaurara entre os cidadãos sucederia outro ainda pior, Calígula, que reinou de 37 a 41 d.C., tendo sido sagrado imperador aos 24 anos de idade. Tinha pendor pelos prazeres baixos e vulgares, as torturas e execuções apraziam-no. Conta-nos Suetônio um episódio muito ilustrativo de sua sevícia:
“A maldade da índole é bem ilustrada pelo seguinte. Como os rebanhos para a alimentação das feras para o espetáculo tivessem ficado mais caros, selecionou dentre os criminosos os que deveriam ser destroçados. Verificando a fila dos prisioneiros, sem inspecionar qualquer folha de acusação, apenas postando-se no meio do pórtico, ordenou que se levassem todos, do careca ao careca.” — Suetonius, De Vita Caesarum, Caligula 27).
Saevitiam ingenii per haec maxime ostendit. Cum ad saginam ferarum muneri praeparatarum carius pecudes compararentur, ex noxiis laniandos adnotavit, et custodiarum seriem recognoscens, nullius inspecto elogio, stans tantum modo intra porticum mediam, “a calvo ad calvum” duci imperavit.