Aristóteles e o ladrão
Aristóteles, em De Caelo (Περὶ Οὐρανοῦ), I, 5, 271b8, escreveu:
"… porque até um pequeno desvio da verdade se torna maior à medida que se avança. A causa disso é que o princípio é maior em potência que em magnitude e, por isso, o que é pequeno no começo, no final torna-se enorme" (... εἴπερ καὶ τὸ μικρὸν παραβῆναι τῆς ἀληθείας ἀφισταμένοις γίνεται πόῤῥω μυριοπλάσιον (...). Τούτου δ᾿ αἴτιον ὅτι ἡ ἀρχὴ δυνάμει μείζων ἢ μεγέθει, διόπερ τὸ ἐν ἀρχῇ μικρὸν ἐν τῇ τελευτῇ γίνεται παμμέγεθες).
Franz Brentano, o mestre de Edmund Husserl, começa sua obra Von der Mannigfachen Bedeutung des Seienden nach Aristoteles (“Sobre os múltiplos significados do ente segundo Aristóteles”) precisamente com essa referência ao De Caelo.
No proêmio de seu opúsculo de juventude De Ente et Essentia, também Santo Thomás de Aquino começa escrevendo:
"Porque um pequeno erro no princípio se torna grande no final, segundo o Filósofo no livro I de De Caelo" (Quia parvus error in principio magnus est in fine, secundum Philosophum in primo Caeli).
Esse pequeno adágio aristotélico que perpassou a Filosofia por tantos séculos deveria servir de alerta ao Brasil, principalmente aos intelectuais de Pindorama que optaram por votar no Ladrão, iludidos pela crença de que as ameaças petistas aventadas pela outra metade do país eram meros devaneios.
Esse pequeno erro há-de tornar-se grande.