Do poder das letras e de como elas não servem se não se tem juízo

Por que é ruim não estudar? Ménandros, em suas Sentenças (Γνῶμαι μονόστιχοι, 438) responde:

Porque “o homem que é apartado das letras, vendo, não vê” (Ὁ γραμμάτων ἄπειρος οὐ βλέπει βλέπων).

E por que estudar é bom? Quem responde é Platão (Gorgias 82, B11, 8 DK):

“A palavra é um grande soberano, que, com um pequeníssimo e invisibilíssimo corpo, realiza obras diviníssimas” (Λόγος δυνάστης μέγας ἐςστίν, ὃ σμικροτάτῳ σώματι καὶ ἀφανεστάτῳ θειότατα ἔργα ἀποτελεῖ).

Mas bastar estudar? Ménandros (FCG 96) outra vez responde:

“É necessário aprender as letras e, tendo sido aprendidas, ter juízo” (Γράμματα μαθεῖν δεῖ καὶ μαθόντα νοῦν ἔχειν).

É preciso, então, estudar, conhecer as Letras. As Letras são um instrumento não só de retidão intelectual, mas também de retidão moral. Não sem razão as chamamos de Belles Lettres, as Belas Letras. Em acordo com a tradição grega de nossa Civilização, adornada pela herança cristã, o Belo é tudo aquilo que nos eleva ao Sumo Bem.