TEORIA DAS 4 CAUSAS DE ARISTÓTELES
(Rodrigo Peñaloza, 15/01/2018 )
Aristóteles descobriu que para tudo há 4 tipos de causa: material, formal, eficiente e final. O dado primário da experiência é a mutação, que pode ser mutação de qualidade (alteração), mutação de quantidade (aumento ou diminuição), mutação de lugar (translação) e mutação de substância (geração e corrupção). A mutação, para ocorrer, requer a existência de dois termos opostos dentro do mesmo gênero: aquilo do qual ela vem e aquilo para o qual ela vai. Por exemplo, se uma parede se torna mais branca ou menos branca, o gênero no qual a mutação da cor da parede ocorre é a cor, cujo gênero supremo (ou categoria) é a qualidade (ao todo são 10 categorias: a substância mais 9 acidentes). O substrato no qual a mutação ocorre é a substância (τò ὑποκείμενον). No exemplo, a parede.
Imagine que você faz uma estátua a partir de um bloco de pedra. Relativamente à estátua que você vislumbra construir a partir da pedra, a estátua é a forma (εἴδος ou μορφή) e a pedra, quando ainda não é estátua, tem a privação (στήρεσις) da forma. A pedra é, então, a causa material, a matéria (ὕλη) da qual a estátua é feita. A estátua é a causa formal. Como você foi o promotor da mutação, você, o escultor, é a causa eficiente. Ao fazer a estátua, você causa uma mutação que não provém da natureza. É, portanto, uma arte (τέχνη). Toda arte tem um fim, é feita para algo externo ao Homem (embora você possa alegar satisfazer-se pessoalmente com isso e assim dizer que o fim lhe é interno, o fato é que a estátua pronta existe fora de você), seja para admiração ou para alguma utilidade. Esta será a causa final.